quinta-feira, junho 23, 2005

Bailaricos

Verão, sinónimo de calor, praia, suor, água, de tardes passadas numa bela duma esplanada a beber ums cervejinhas fresquinhas, de férias, diversão... mas mais importante ainda, sinónimo de Romarias, Festas e Bailaricos... ah pois é.

Quem nunca foi a um bailarico de Verão merece 120 açoites sem dó mas com Piedade.

As festas de verão são mais que muitas por essas aldeias e vilas portuguesas, e embora sejam sempre características dessas terras, partilham alguns pontos em comum.
Eu, numa longa e exaustante pesquisa, anotei num caderninho de duas linhas essas semelhanças, trabalho esse ao qual eu chamei orgulhosamente de... "Semelhanças entre todos os Bailaricos de Verão do nosso Portugal" (original eu sei, já está registado e tudo=) ).

Fica aqui parte dessa longa pesquisa, que ambiciono um dia publicar em conjunto com a colaboração com a Margarida Rebelo Pinto.

"(...) Bailarico que se preze tem que ser realizado num recinto amplo e espaçoso, com piso de... pó... toneladas de pó. E porquê poderão perguntar!! Pois bem, tendo em conta a crise que atravessamos, como gastar dinheiro em efeitos especiais, nomeadamente fumos, nada melhor que um belo dum Pózito no ar para dar aquele aspecto místico e envolvente, para não dizer... badalhoco... à festa.
Festa que é festa tem que ter uma cantora pimba, ups... enganei.me, uma cantora de música tradicional portuguesa, não daquelas que cantam a "Laurindinha" ou "Milho Verde", mas daquelas Cátias Vanessas que cantam "Xupa, Xupa no Xupa-Xupa" ou "Tavas na cama com ela, mas lixaste.te por era um Ele" etc etc... E é óbvio que onde há uma Rute Marlene, uma Romana ou até uma Ana Malhoa, lá estarão 50 gaijos... vestidos com a sua melhor camisinha de algodão, com umas calças marca Rafa (de rafeira) e com a dobrinha no fundo da calça pra dar estilo... homens estes sempre com um olho nos atributos da cantora, e com outra na Zundap Famel encostada junto da barraquita da cerveja.
As barracas da cerveja... estão num rácio de 1 para 25 pessoas. Lá há de tudo... de tudo que se pode querer numa dessas festas, cerveja... cerveja... e mais cerveja. Bem.. e com uns franguitos a assar no assador tipicamente português (metade dum bidão de gasoil)... e não ha mal que pegue aos franguitos que os impeça de serem consumidos, eles podem ter caido ao chão, andarem ali debaixo dos pés das pessoas, mas como o que não mata engorda há sempre quem o vá consumir...."



"Roça... Roça...
à moda dus angola...
Encosta em mim nega...
Sente a minha pistola"